Afinal de contas, onde está essa imagem ideal da mãe?

Que susto levei quando me dei conta que exigia da minha mãe uma imagem ideal. Mas ela existe? Se sim, qual seria? Porque até para eu exigir, tenho que saber qual é, não é verdade?

Ainda não me tornei mãe, mas que bom que consegui perceber esse grande equívoco, afinal, antes de ser mãe, somos seres humanos, sendo assim, as falhas existem e ser mãe, é fazer desse amor, um meio de profundas transformações, o que não significa apenas acertos.

Minha mãe tem tido a grande oportunidade de ser melhor, pelos laços que nos une, assim, como não devo esperar que o dia “perfeito” chegue para que eu decida pela maternidade, a minha melhor versão terá grandes chances durante esse processo, essa é uma das chaves desse grande tesouro que precisa ser desvendado, a prática.

“O verdadeiro amor é aquele que vive sempre em seu mundo, trabalhando em silêncio para o bem, pelo bem mesmo. É um artista incansável, que cria e modela imagens que extasiam e cativam o sentir. Sem ele não seria possível conceber as belezas e encantos de tão sublimes manifestações do sentir humano.” (da Logosofia)

Um amor que trabalha em silêncio, pelo bem e para o bem, minha mãe quer ser melhor, eu diria uma mãe ideal. Mas como se forma essa imagem? O que contribui para que essa imagem se forme?

Me recordo de ouvir uma Live que me tocou profundamente de algumas pesquisadoras da ciência logosófica, assim, como eu, abordando a maternidade como oportunidade de transformação.

A Karen trouxe, que no início uma parte desse ideal, estava em ter um parto normal e amamentar, e apesar do seu esforço não conseguiu fazer nenhum dos dois. E se sentia uma péssima mãe por isso, ao mesmo tempo sentia uma gratidão enorme quando via seu bebê tomando uma mamadeira gigante de leite, por existir essa forma de alimento. E ficava pensando, “será possível eu sofrer tanto por conta disso?” Afinal de contas, onde está essa imagem ideal da mãe? Entendendo que não estava no parto, nem no leite que deveria ter, pelo contrário, dizia a ela muito pouco o amor que sentia e sente pelos seus filhos.

Isso não é grande? Eu diria, que muda tudo. Porque a fez entender, e a mim também, que eu estava até então, vendo tudo de uma perspectiva limitada, dentro de um ideal que eu tinha de mãe, também limitado.

E me fez compreender que esse amor que minha mãe sente por mim e pela minha irmã, a faz buscar o melhor dela, para nos oferecer. Cada um dá o que tem, e isso já é digno de toda gratidão.

E que quando eu for mãe eu posso buscar esse melhor não somente nas questões físicas do cuidado, mas especialmente nessa função espiritual da mãe, que não está nesse mundo físico e sim nesse mundo metafísico.

Essa foi a primeira das muitas descobertas, me fazendo percorrer esse caminho não mais para fora, mas para dentro de mim mesma.

Idealizava uma mãe, e junto desse ideal, muitas crenças e preconceitos. E com a Logosofia, tenho compreendido que a imagem da mãe não é algo estático, que ela sempre vai aprimorando, evoluindo, e dessa forma vou cometer muitos equívocos, assim como a minha mãe cometeu. Mas sempre com a prerrogativa de aprender com isso, e nessa relação contínua que a maternidade apresenta, com os filhos e até com outras pessoas também, podemos sempre encontrar uma oportunidade de fazer diferente, fazer melhor.

Hoje sei, que posso construir uma imagem ideal de mãe, mas não de mãe ideal, que não está no físico, mas no metafisico. Ela mora dentro de cada uma de nós, é o verdadeiro amor que trabalha em silêncio e modela nossas vidas.

Obrigada pela vida, mãe.

Te amo.

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